Produtores apostam na produção de queijo para aumentar renda no campo

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O queijo é um dos alimentos queridinhos nacionais e coloca o Brasil entre os cinco maiores produtores do mundo, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ). Aqui, nosso consumo anual é de aproximadamente 5,5 kg por habitante.

O último Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, mostra que o Brasil possui cerca de 175 mil produtores de diferentes tipos de queijos que, juntos, produzem cerca de 220 toneladas por ano. Dos produtores, mais de 140 mil são agricultores familiares que produzem mais de 149 mil toneladas anuais.

Os estados que se destacam com a presença de agroindústrias de produção de queijo e requeijão são Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Paraná, Bahia e Ceará. Já em volume de produção, o destaque é para Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, São Paulo e Espírito Santo.

Os queijos brasileiros estão entre os melhores do mundo. A 35ª edição do concurso World Cheese Awards, conhecido como o Oscar do Queijo, realizado no ano passado, na Noruega, teve a participação de mais de 4,5 mil queijos de 43 países. E olha só: 23 queijos brasileiros estiveram no pódio de melhores queijos do mundo.

O sucesso do setor é um dos motivos que tem levado muitos produtores de leite a investir na produção de queijo para agregar valor na produção e aumentar a renda das propriedades rurais.

Uma paixão que começou há 15 anos

Um desses produtores é Jaci Barcellos de Oliveira, de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul. A propriedade da família atua com a produção de leite desde quando a gestão era dos pais de Jaci. Agora, ele e a família estão no comando e iniciaram a produção de queijo há 15 anos. “Quando começamos, gostamos da atividade e resolvemos investir, nos modernizamos, melhorando o setor de ordenha e outras instalações, além de aumentar a produção de leite”, conta Jaci.

Com 25 vacas, a produção de leite é em torno de 300 litros por dia. Desse total, 80% é destinado para a produção de queijos. Desde o início da produção, a renda aumentou aproximadamente 50%, o que também permitiu investimentos em equipamentos. “Se a gente não se modernizar, não evolui”, frisa Jaci.

A comercialização é realizada em feiras, para a merenda escolar, para a APAE, asilo, entre outros. O leite que sobra é vendido para um laticínio. “Antes, entregávamos só para o laticínio”, comenta Jaci, ao contar que também produzem outros derivados do leite, como doce de leite e iogurte.

Aprendendo a voar

Quem também apostou na produção de queijos e já recebeu diversas premiações com a atividade foi Leomar Melo Martins, de Santana do Itararé, no Paraná. Ele, a esposa Marisa e os filhos Daniela e Lucas atuam na produção de queijos no Sítio Aliança desde 2017. A propriedade da família tem 3,5 alqueires que possui, atualmente, um rebanho total de 60 animais, incluindo vacas em ordenha, vacas secas e bezerras.

Antes de iniciar a produção de queijos, a família atuava apenas com a atividade leiteira. “Tivemos uma dificuldade financeira, ficamos sem chão e tivemos que aprender a voar. A nossa salvação foi o queijo”, comenta Leomar. Atualmente, são produzidos 500 litros de leite por dia e, desses, 200 litros são destinados para a produção dos queijos. O restante é vendido para um laticínio.

Com o passar dos anos, Leomar e Marisa foram se especializando e fazendo cursos. Assim, a produção inicial, que era de 3 peças de queijo por dia, passou para 400 peças por semana. A comercialização acontece em todo o estado do Paraná.

Um dos fatores que motivou Leomar a seguir na produção foram as premiações. Logo após o início da produção, em 2018, conquistou o segundo lugar no Concurso de Queijos Artesanais do Paraná; em 2021 recebeu medalha de prata com um queijo autoral no Mundial do Queijo, na França; em 2022 foram mais duas medalhas de prata em São Paulo e duas de bronze no Mundial do Queijo; em 2023 foram três medalhas super ouro, quatro de ouro e três de prata em concurso no Paraná e, neste ano, no Mundial do Queijo do Brasil, conquistou uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze. “Somos estudiosos, fizemos vários cursos e estamos sempre tentando fazer novas receitas”, frisa Leomar.

Agregar renda às propriedades rurais

As famílias de Jaci e Leomar são exemplos de que a fabricação de queijo nas propriedades rurais é uma importante alternativa para agregar mais renda.

E as perspectivas continuam boas. De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Brasil está entre os cinco maiores produtores de leite do mundo, com uma produção anual superior a 34 bilhões de litros. O setor movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano e gera mais de quatro milhões de empregos, principalmente na agricultura familiar. Até 2028, o mercado de leites deve crescer entre 2% e 2,8% ao ano.

Quanto ao queijo, a previsão mundial é que o consumo global per capita aumente 1,4% por ano até 2030, atingindo 6,5 kg por pessoa. No Brasil, mudanças de hábitos de consumo e o aumento do poder aquisitivo têm contribuído para o aumento do consumo.

Se você tem uma propriedade rural e quer aumentar a sua renda, a fabricação de queijo é uma excelente opção. Acesse nosso site, conheça os equipamentos necessários para produção e conte com nossos especialistas para ajudá-lo a abrir ou ampliar o seu negócio.

 

Família de Leomar Melo Martins: filha Daniela, esposa Marisa, Leomar e o filho Lucas

 

Jaci Barcellos de Oliveira iniciou a produção de queijo há 15 anos

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